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CRÓNICA

João Paulo Diniz

Comunicador

O PAJU marcou gerações

Era uma vez um dia de Agosto de 1965. Foi nesse final de mês que aconteceu a minha estreia na Rádio, uma velha paixão. Prestei provas para locutor no Rádio Peninsular, através do programa “A Voz do Casa Pia”, dinamizado por Augusto Poiares, que tinha sido condiscípulo do meu querido e saudoso Pai, Raúl, na Casa Pia de Lisboa. O Técnico que gravou o meu teste, Irnério Monteiro, gostou do que ouviu e alertou o Aurélio Carlos Moreira, já que sabia que ele pretendia uma nova voz masculina. E assim, num breve espaço de tempo, dei comigo a enfrentar o microfone do Pajú, um programa de que, ainda hoje, muitos jovens, já ‘entradotes’, bem se lembram… Sim, porque, definitivamente, o Pajú marcou gerações!

 

O PAJU foi o meu ponto de partida para uma carreira na Rádio, que depois também contemplou passagens pela televisão e alguma imprensa. Foi através do Pajú que, juntamente com o meu querido Aurélio, acompanhei eventos como a Volta a Portugal em Bicicleta – onde vi a tradução do sacrifício em máscaras humanas de grande dor; ou o Midem em Cannes, o Festival de San Remo, ou ainda o Festival da Eurovisão em ’73, no Luxemburgo, quando o Fernando Tordo cantou o poema de Ary que nos lembrou que “com bandarilhas de esperança, afugentamos a fera, estamos na praça da Primavera”. A Primavera brilhante, com cheiro a cravos, que não se fez esperar, um ano depois…

 

Hoje, passados mais de 50 anos, não tenho a menor dúvida quanto à importância do Pajú, não apenas como espaço de informação e divertimento mas, inclusivé, na formação intelectual de muitos e muitos jovens de então.

 

Por tudo isto e muito mais, o Aurélio Carlos Moreira é um profissional de excelência, que sempre me habituei a respeitar. O Aurélio é um Mestre – na profissão e na vida. Ele sabe que o considero como um Irmão mais velho. Pela sua humildade creio que vai ficar ‘zangado’ comigo; mas não posso deixar de dizer esta verdade: muito do que sou foi com ele que aprendi. Por isso devo-lhe muito! Obrigado por tudo, meu querido Aurélio!!

João Paulo Diniz

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